Tudo o que um lápis pode conter

Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado.
Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de Ilustração para a Infância

Sala de Exposições do Museu da Electricidade
12 FEV | 31 de MAR
TER|DOM 10h|18h

A partir de dia 13 de Fevereiro, no Museu da Electricidade, poderá ser vista a exposição da ILUSTRARTE 09 – IV Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, certame do qual a Fundação EDP é Mecenas Exclusivo.

Nesta 4ª edição da bienal, 1400 ilustradores de 61 países enviaram as suas ilustrações a concurso. Um júri internacional de grande prestígio, (Wolf Erlbruch (ilustrador e designer, alemão, medalha Andersen 2006), Susanne Janssen, (ilustradora, alemã, vencedora da Ilustrarte 07), Brigitte Morel (editora, francesa), Jorge Silva (director de arte, português) e os Storytailors (estilistas de moda, portugueses), decidiu atribuir o Prémio ILUSTRARTE 09 à ilustradora belga Isabelle Vandenabeele e duas menções especiais aos trabalhos do ilustrador francês Martin Jarrie e da dupla de ilustradores italianos Alessandra Panzeri e Alessandro Lecis.

As imagens vencedoras ilustram um conto baseado no quadro “Prólogo de um amor partido” do pintor belga Edgar Tutgat (Medaillon, 2007). São imagens poderosas de uma grande força plástica, realizadas em xilogravura bem ao estilo que Isabelle Vandenabeele já nos habituou.

A lista dos ilustradores seleccionados inclui ainda os portugueses Daniel Lima, Teresa Lima, André Letria, Ana Sofia Gonçalves, João Vaz de Carvalho e Gémeo Luís. Importa salientar que o grande número de participantes, a diversidade de linguagens estéticas e a elevada qualidade dos trabalhos a concurso tornaram extremamente difícil o processo de selecção.

Para além das 150 ilustrações seleccionadas, a exposição inclui ainda dois outros núcleos: Uma exposição retrospectiva da obra do ilustrador alemão Wolf Erlbruch e um olhar sobre a obra da escritora Luísa Ducla Soares no momento da publicação do seu centésimo livro.

Está previsto um programa de visitas guiadas e ateliês dirigido a famílias e escolas dos vários graus de ensino.

A ILUSTRARTE atinge assim, uma vez mais, os seus objectivos: criar um espaço de encontro e de discussão da melhor ilustração para a infância internacional, colocando Portugal na rota dos grandes eventos internacionais nesta área.

Comissários: Ju Godinho e Eduardo Filipe

www.ilustrarte.net

sábado, 20 de fevereiro de 2010


A área de expressão e comunicação engloba as aprendizagens relacionadas com o desenvolvimento psicomotor e simbólico que determinam a compreensão e o progressivo domínio de diferentes formas de linguagem. Esta é a única área em que se distinguem vários domínios. Domínios que se consideram dever estar intimamente relacionados, porque todos eles se referem à aquisição e à aprendizagem de códigos que são meios de relação com os outros, de recolha de informação e de sensibilização estética, indispensável para a criança representar o seu mundo interior e o mundo que a rodeia.

Numa idade em que as crianças ainda se servem muitas vezes do imaginário para superar lacunas de compreensão do real, importa que a educação pré – escolar proporcione situações de distinção entre o real e o imaginário e forneça suportes que permitam desenvolver a imaginação criadora como procura e descoberta de soluções e exploração de diferentes “mundos”.

(orientações curriculares para o pré – escolar pág:56).

O domínio das diferentes formas de expressão implica diversificar as situações e experiências de aprendizagem, de modo a que a criança vá dominando e utilizando o seu corpo e contactando com diferentes materiais que poderá explorar, manipular e transformar de forma a tomar consciência de si próprio na relação com os objectos.

(Orientações Curriculares para o Pré – Escolar pág:58)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010



II Workshop Mãos na Tinta.

Este workshop será feito por Sofia Valente e pelo pintor Pedro Batista.




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Almada Negreiros

A flor

Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas. Uma flor!
As pessoas não acham parecidas essas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!

domingo, 14 de fevereiro de 2010


Evolução do desenho Infantil (Parte IV)

Trabalhos de Liliane Lurçat (1985), dão-nos uma perspectiva diferente das anteriores descrições, sobre a evolução do desenvolvimento da expressão gráfica.
Esta autora distingue três níveis, sendo o primeiro o nível motor (dos dezasseis meses aos dois anos), os traços impulsivos são o resultado da actividade motora ainda não controlada, executados indiferentemente por ambas as mãos. Surgem segmentos de recta e curvas no sentido da rotação (perto dos vinte e um meses). Perto dos dois anos já efectua um círculo alongado, com o domínio do controle dos movimentos próximos, depois distantes, permitindo uma evolução progressiva no que vai desenhar.
O segundo nível, o perceptivo, é considerado como o período de aperfeiçoamento do controle visual - motor. Primeiro começa pelo controle mão -olho, através de um traço já produzido, passando posteriormente para o inverso, olho - mão, sendo agora a mão guiada pelo olho de um traço a outro, anteriormente realizado, num melhoramento progressivo do "girino".
O controle global corresponde à realização de desenhos nos dois sentidos da curvatura, o positivo e o negativo.
Neste nível surge a função simbólica nas primeiras figuras, onde já se verifica convergência de actividade verbal e gráfica.
No terceiro nível, o da "representação" que surge entre os três e os quatro anos, começa a surgir a objectivação do grafismo. A principal manifestação é a distinção entre escrita e desenho que evolui por duas vias, a não figurativa, que não são mais do que formas de exploração de espaço gráfico e a via do figurativo, em que o objecto aparece sob uma forma mais verbal do que representativa, por exemplo, faz um círculo e diz que desenhou o Sol. Existe uma junção do aspecto verbal e gráfico. Surge a redução do objecto a um esquema simplificado, o girino, por exemplo.
Mais tarde, surge o estereótipo e por volta dos 5 anos a criança já conseguirá reproduzir as direcções do espaço objectivo no espaço gráfico, posições de personagens na vertical, horizontal, à frente, atrás, em cima, em baixo, etc.
A partir desta idade o grafismo sofre a influência escolar. A cópia pode ser imediata ou sob a forma de modelo interiorizado.
A evolução do desenho surge na forma como as personagens são orientadas no espaço gráfico e na decoração do seu vestuário, nos detalhes.
A complexidade aumenta entre os 6 e os 7 anos. Surge a profundidade, as relações de tipo frente, trás, perto, longe.
Por volta dos 6-7 anos as crianças não gostam que os adultos se intrometam. No entanto os pais deverão dar muito apoio e ajudar os filhos a organizarem-se. O desenvolvimento da personalidade assume uma grande importância nesta idade, daí ser necessário adultos compreensivos e sensíveis.

A criança atravessa um período maravilhoso, Fonseca (1990) refere que a energia e o entusiasmo são expressos de maneira positiva e não de maneira negativa. Verifica-se também um retorno considerável às actividades de colorir e recortar. Por volta dos 6 anos a criança tende a relacionar-se profundamente com os adultos que a rodeiam. Aos 7 anos muitas crianças já manifestam uma certa serenidade. Surge o momento de ordenar a experiência acumulada e de relacionar experiências novas com as antigas, daí ser, na opinião de Fonseca (1990), uma idade assimilativa, isto é, tem consciência de si própria e também dos outros e é também muito sensível às atitudes das outras pessoas. É importante para o desenvolvimento da criança, a vida em grupo. Deste modo, o trabalho de grupo serve como meio de promover a interacção social. Lima (1995) concorda que este método de trabalho contribui para a socialização da criança, alegando que uma vivência em grupo desenvolve hábitos sociais, auto disciplina e responsabilidade.

EC


Bibliografia:
Fonseca, A. F. (1990) . A psicologia da criatividade. Lisboa: Escher.

Lima, I. (1995) . Atelier de pintura - um espaço para a expressão livre.
Integrar, 6, 46 - 50.

Lurçat, L. (1985) . Realisme et modèle interne: A propos du dessin de l' enfant.
Bulletin de Psychologie ,XXXVIII, 369, 231-241.

O amor e a amizade



“O amor e a amizade” de Oscar Brenifier / Jacques Després.(2009)Edicare

Este livro, apresenta doze ideias para pensar e reflectir sobre questões da vida.
Ideias sem respostas concretas, pois de temas filosóficos se trata. Pelo facto de que existem várias formas de pensamento, este livro remete para como cada um de nós, sente e interpreta, questões relacionadas com o amor e amizade. Podendo-se reflectir em grupo ou individualmente, tentando procurar as possíveis conclusões, que de modo algum têm resposta única.
Ideias, que ao longo do livro se confrontam e nos permitem pensar sobre como cada um de nós é diferente e reage de modo distinto.
Algumas pessoas pensam que o amor não é para toda a gente, outras que se ama em qualquer idade. Algumas pessoas pensam que a amizade pode nascer e desaparecer num instante, outras acham que é feita para durar. Algumas pessoas, amam-se a si próprias, outras não. Algumas pessoas gostam tanto do que fazem… e isso torna-as felizes, enquanto outras pessoas acham que essa paixão nos torna idiotas…
E não se pense que este livro delicioso, é dirigido só para crianças, de modo algum, é um tema para qualquer idade e as ilustrações magníficas, que dão corpo e vida às ideias expostas neste livro, são uma autêntica obra de arte, mas isso digo eu, que sou suspeita, no que se refere a apreciar livros infantis.
EC

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Formação:

O Outro lado do Lápis - Desenvolvimento Gráfico Infantil e áreas de Expressão

Formadora:Elvira Silva
Local
Instituto Português de Pedagogia Infantil, Póvoa de Santo Adrião
Destinatários
Educadores e Professores do 1º CEB *
Modalidade
Curso
Calendarização
Fevereiro: 23; Março: 11, 18 ; Abril: 08, 15, 22 Horário: 17h30/21h; Maio: 06 Horário: 17h30/21h30
Nº de Horas
25
Unidades de crédito
1
Registo de Acreditação
ACC - 61182/09
Conteúdos
- Jogos de expressão, exploração, experimentação, relação corporal e globalização dos saberes; - A expressão e Educação dramática; - As actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares. A certificação da acção está condicionada à obtenção de aproveitamento no curso * Para efeitos de aplicação do nº3 do artigo 14º do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente acção releva para a progressão em carreira de Professores dos Grupos 100 e 110.
Inscrições em http://www.apei.pt/

A Evolução do desenho infantil (Parte III)

Para Luquet (1969), outro autor que descreve as etapas da expressão gráfica, a evolução do desenho passa por cinco estádios que vão acompanhando o desenvolvimento motor e psicológico da criança, até atingir as características inerentes ao desenho de um adulto.
No primeiro estádio (até aos dois anos) a criança realiza traços ainda desprovidos de qualquer significado ou semelhança com o real, são as garatujas.
Num segundo estádio (dos dois aos três anos), a criança descobre que os traços desenhados se parecem com algo conhecido, imprimem-lhe um significado e começam a tentar reproduzi-los até atingirem uma forma próxima do real apreendido. Dá-se aqui a passagem do "realismo fortuito" ao "realismo intencional".
No terceiro estádio (dos três aos quatro anos), o do "realismo falhado", a criança ainda não consegue um desenho perfeito, dada a sua imaturidade motora (controle dos movimentos gráficos) e psicológica (dificuldade em concentrar a atenção e em relacionar os elementos do objecto a desenhar, como por exemplo acaba de desenhar um traço e já não se lembra o que se lhe segue).
No quarto estádio (a partir dos quatro anos), o do "realismo intelectual", o desenho já é considerado realista, já contém os elementos todos que compõem o objecto, acrescentando ainda os elementos abstractos que a criança lhe atribui, como por exemplo, legenda as figuras, escreve-lhes os nomes, como se fosse uma característica da figura desenhada.
Tenta uma representação o mais objectiva possível, sendo os desenhos muito completos, utilizando destaque dos elementos do objecto real quando se oculta um outro; transparência (mesa dentro da casa, por exemplo), planificação, rebatimento e mudança de ponto de vista. Considera-se esta fase, em que tudo é revelado no seu todo, o estádio de ouro do desenho infantil.
No quinto estádio (dos oito aos nove anos), à transparência do período anterior sucede a opacidade, aos rebatimentos e mudança de ponto de vista sucede a perspectiva. Entramos assim no último estádio o do "realismo visual". Encontra-se já a lógica e a preocupação estética que aliadas à crítica do seu desenho, constituem as características do desenho do adulto.
Esta classificação tem sido muito contestada pois o fim do desenvolvimento do grafismo, o realismo visual, é a submissão às normas do adulto, à linearidade, à ideologia de uma estética ultrapassada.
EC
Bibliografia: Luquet, G. H. (1969) . O desenho infantil. Porto: Livraria Civilização.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


A Evolução do desenho infantil ( Parte II)
Para Lowenfeld (1961), quando a criança atinge o "estádio esquemático" (entre os sete e os nove anos), a criança representa a figura humana conseguindo desenhar quase todas as partes do corpo, ou mesmo todos os seus segmentos, como também é capaz de repetir uma mesma forma para representar o seu conceito de homem - o esquema.
Inicialmente, a figura humana, antes de se enriquecer com diversos pormenores, é representada por figuras geométricas, ou outras, que apenas têm significado no conjunto, pois isoladas, não têm relação com os segmentos do corpo que pretendem representar.
O esquema pode ser mais ou menos flexível ou então estereotipado. Assim, se a criança adapta o seu esquema, adapta-o à acção que quer representar, omitindo certas partes do corpo por não serem relevantes para o que pretende transmitir, ou então, exagerando outras para evidenciar o que foi importante na situação vivida. Trata-se de um esquema flexível.
Se, no entanto, a criança se fixa e se utiliza sempre em todas as circunstâncias o mesmo esquema sem o transformar, esse esquema é um estereótipo.
Lowenfeld (1961), refere que na transição do "estádio esquemático" para o início do "estádio do realismo", a criança enriquece o esquema da figura humana com pormenores que se aproximam da representação do real.
A influência do meio começa a fazer-se sentir de modo mais consciente e os objectos são representados minuciosamente. A criança já se preocupa com as relações de tamanho e de posição, embora apenas a nível de duas dimensões - a altura e o comprimento. Começa depois a surgir a representação da terceira dimensão, com bastante acuidade, levando a criança a tentar diversas vias para o conseguir. Um dos processos é o rebatimento do plano vertical no horizontal.
Dado o seu carácter transitório, alguns dos parâmetros que definem o "estádio do esquemático" coexistem com outros que são próprios do estádio subsequente.
Quando a criança começa a ter discriminação visual suficiente para estabelecer comparações entre a forma dos objectos e a forma das representações que faz deles, normalmente fica descontente, sendo capaz de se inibir perante esta actividade.
A criança possui já um grau de exigência que a motiva na procura da construção de imagens cada vez mais próximas do objecto representado. É o início do "estádio do realismo". Surge a partir daqui, a representação de actividades reconhecíveis no desenho, tentando mesmo individualizar as pessoas por meio de características que lhe são próprias (feições, vestuário, etc.). No que se refere à representação do espaço, a criança, preocupa-se com os pormenores. Utiliza a sobreposição. Quanto à terceira dimensão, continua a tentar uma forma que a satisfaça, relaciona os tamanhos dos objectos com as distâncias a que deles se encontra o observador.
EC
Bibliografia:
Lowenfeld, V. (1961) . Desarollo de la capacidad creadora. Buenos Aires:
Editorial Kapeluz.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010



A Evolução do desenho infantil - Parte I

A partir de hoje deixarei aqui, a evolução do desenho segundo os diversos autores que o estudaram.


Segundo Burt (1922), surgem várias fases no desenvolvimento do desenho da criança. A primeira fase de "rabisco ou garatuja" que vai dos dois aos quatro anos, subdivide-se em: a) traçados a lápis sem objectivo, com movimentos puramente musculares do ombro, normalmente da direita para a esquerda; b) traçados a lápis com objectivo no qual o rabisco é um centro de atenção e pode ter um nome; c) traçados a lápis imitativos, o interesse dominante é ainda muscular, mas os movimentos do pulso substituíram os dos braços, e os movimentos dos dedos tendem para substituir os movimentos do pulso, normalmente num esforço para imitar os movimentos de um desenhador adulto; d) rabiscos localizados nos quais a criança procura reproduzir partes específicas de um objecto. Esta última sub - fase constitui uma etapa de transição para a segunda fase, denominada fase da "linha" que surge aos quatro anos e que se caracteriza pelo controlo visual.
A figura humana torna-se o tema favorito, com círculo para a cabeça, pontos para os olhos e um par de linhas simples para as pernas. Mais raramente, um segundo círculo pode ser acrescentado para o corpo, e ainda mais raramente um par de linhas para os braços. É vulgar representar os pés mais cedo do que os braços ou o corpo. Não se obtém uma síntese completa das partes e muitas vezes esta não é tentada.
A terceira fase do "simbolismo descritivo" que ocorre entre os cinco e os seis anos
caracteriza-se pelo facto da figura humana ser agora reproduzida com cuidado tolerável, mas como um esquema simbólico rude. As características são localizadas da maneira mais grosseira e cada uma delas é uma forma convencional.
O "esquema" geral assume um tipo um tanto diferente de criança para criança, mas cada uma mantém-se bastante fiel, para a maior parte dos casos e durante longos períodos, ao mesmo modelo favorito.
Na quarta fase do "realismo descritivo" que surge entre os sete e os oito anos os desenhos são ainda mais lógicos, mais do que visuais.
A criança representa o que conhece, não o que vê; e ainda pensa não no indivíduo presente, mas sim no tipo genérico. Tenta exprimir-se ou representar num tema tudo de quanto se lembra, ou tudo o que lhe interessa. O "esquema" torna-se mais verdadeiro em relação aos detalhes; contudo, os temas são sugeridos mais pela associação de ideias do que pela análise de objectos percebidos. As figuras de perfil do rosto são ensaiadas, mas ainda não se considera a perspectiva, a opacidade, o esforço e todas as consequências da singularidade. Há um interesse pelos detalhes decorativos.
Na quinta fase a do "realismo visual" que aparece entre os nove e os dez anos, a criança passa da fase de desenho de memória e imaginação para a fase de desenho da natureza. Subdividindo-se em: a) fase bidimensional onde a criança apenas usa o contorno; b) fase tridimensional na qual há a tentativa da consistência. Dá-se atenção à sobreposição e à perspectiva. Pode existir a tentativa de um pouco de sombra. Experimentam-se as paisagens.
A sexta fase denominada "repressão" que ocorre entre os onze e os catorze anos, acontecendo mais vulgarmente aos treze, caracteriza-se por uma maior lentidão e tentativa de minúcia, o que leva a criança a sentir-se desiludida e desencorajada.
O interesse é transferido para a expressão através da linguagem, e se o desenho continua a ser a preferência surgem desenhos convencionais, e a figura humana torna-se rara.
A sétima e última fase, o "renascimento artístico" surge a partir de cerca de 15 anos (primeira adolescência); o desenho floresce pela primeira vez numa actividade artística genuína. Os desenhos contam agora uma história. É evidente uma nítida distinção entre os sexos. As raparigas mostram agrado pela riqueza da cor, pela graça da forma, pela beleza das linhas; os rapazes tendem a usar o desenho mais como uma saída mecânica e técnica.
EC
Bibliografia: Burt, Sir C. (1922) . Mental and Scholastic Tests . Londres.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A história de Van Gogh. O rapaz dos Girassóis.

Anholt, Laurence (2007). A história de Van Gogh, O rapaz dos Girassóis.
Ed: Círculo de Leitores

A arte expressa-se por necessidade. Van Gogh, tal como as crianças sentia esse impulso. Tentava expressar os seus sentimentos e emoções nos seus quadros, trabalhando inúmeras vezes, dias sem parar. Vincent Van Gogh não foi muito reconhecido na sua obra e nas suas criações (em muitos casos, tal como nas crianças). Factos provam que não vendeu um único quadro em vida.

Hoje é reconhecido como um dos mais famosos pintores em todo o mundo. Durante a sua vida curta, pintou mais de 800 quadros. Um dos seus quadros mais enigmático é o Girassóis.
Este livro conta a história de um génio pintor, sobre esse quadro, mas também sobre a aceitação da diferença.
Neste livro apresenta-se reproduções dos seus quadros e a história é um convite a todos os sentidos!!
EC
Convido-os a ver o filme desta história em
http://www.anholt.co.uk/funclub/video-storytime

O desenho é uma das manifestações semióticas, isto é, uma das formas através das quais a função de atribuição da significação se expressa e se constrói. Desenvolve-se concomitantemente com outras manifestações, entre as quais o brinquedo e a linguagem verbal (PIAGET, 1973).
A evolução do desenho manifesta o processo de desenvolvimento, passando por etapas que caracterizam a maneira da criança se situar no mundo.

sábado, 6 de fevereiro de 2010


"O convite à expressividade é um instrumento privilegiado para favorecer a vivência fundamental de palpar ‘o sentir do acontecer’, que António Damásio descreve como núcleo do ‘sentimento de si’ e que o educador deve promover nas crianças e nos jovens, a par com a transmissão de todos os recursos de informação e de aplicação de conhecimentos que a escola deve facultar.
Se a educação pela arte é uma disciplina dedicada à tomada de ‘consciência nuclear’ das capacidades espontâneas de expressão emocional e do sentimento de autoria do ‘Eu-mesmo’, então trata-se de um processo de eleição que o educador deve privilegiar desde a creche e o jardim de infância, em todos os seus actos e com todos os seus recursos». (LEAL, 2000, pág.183)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Papá, diz-me porque não andam as zebras de patins?


Papá, diz-me porque não andam as zebras de patins?”
Quentin Gréban (2006) - Edições Nova Gaia

 
 
 
Esta e outras perguntas, como, porque não andam os hipopótamos de comboio, porque os patos não pilotam aviões, porque os leões não cortam o cabelo, ou porque os pinguins não nadam nas piscinas, porquê, porquê? A eterna idade dos porquês, onde as respostas dadas, de forma humorística, quer através do texto, quer pela ilustração muito representativa das divertidas situações, permitem desenvolver o gosto pela leitura e apurar o sentido crítico e criativo, bem como possibilitar o sonho e a magia do pensamento, capacidade que nos distingue, como seres humanos.
EC

De que cor é o desejo

"De que cor é o desejo?" de João Pedro Mésseder
Ed. Caminho


Olhar a beleza dos frutos, adivinhar a cor dos sentimentos. Falar de coisas simples de forma simplesmente bela.
De que Cor É o Desejo?, fala-nos de um país recém-criado, onde o jogo das palavras inventadas substitui e complementa as que já existem, mas que porventura não são suficientes para exprimir os sentimentos e emoções.
Conjuga-se permanentemente a realidade e a fantasia de quem sonha e brinca com as palavras, como se de um jogo se tratasse.
Livro de poesia para todas as idades.


in: Elvira Cristina Silva,
Cadernos de Educação de Infância, nº 59, Novembro, 2001, p. 39
http://pwp.netcabo.pt/0446031601/edicoes/corDesejo.htm#elv

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010



Acção de Formação

O Outro lado do Lápis:
Desenvolvimento Gráfico Infantil e áreas de Expressão

Formadora: Elvira Silva






Local
Instituto Português de Pedagogia Infantil, Póvoa de Santo Adrião

Destinatários
Educadores e Professores do 1º CEB *


Modalidade
Curso

Calendarização
Fevereiro: 23; Março: 11, 18 ; Abril: 08, 15, 22 Horário: 17h30/21h; Maio: 06 Horário: 17h30/21h30

Nº de Horas
25

Unidades de crédito
1

Registo de Acreditação
ACC - 61182/09

Conteúdos
- Jogos de expressão, exploração, experimentação, relação corporal e globalização dos saberes;
- A expressão e Educação dramática;
- As actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares.

A certificação da acção está condicionada à obtenção de aproveitamento no curso

*
Para efeitos de aplicação do nº3 do artigo 14º do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente acção releva para a progressão em carreira de Professores dos Grupos 100 e 110.

Inscrições em www.apei.pt
A expressão



Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (1998), o termo “Expressão” deriva do latim “expressiõne”, e significa “acto ou efeito de exprimir; frase com que se exprime uma ideia; gesto; carácter; animação; essência de um sentimento; comunicação; manifestação por gestos ou palavras; declaração; enunciado”. Já no Vocabulaire de Psycopedagogie de R. Lafon (1969), a palavra Expressão é definida como: “o que manifesta estritamente o sentimento, a paixão, o pensamento”.
Para João dos Santos, «o pensamento vive da sua possibilidade de expressão: pela palavra, pelo grafismo, pela atitude, pelo movimento. Quanto maior for o número de instrumentos expressivos postos ao serviço do homem, maiores possibilidades terá o seu pensamento de se desenvolver, de se exprimir, de se realizar ou agir.

Leituras

Leituras
Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o que o "meu lápis pode conter". EC

O Rei Inchado

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Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos

Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos
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Gigante Gigantão

Gigante Gigantão
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O pato amarelo e o gato riscado

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CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS

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A ferramenta que faz os contos

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O caderno do avô Heinrich

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PEQUENO LIVRO DAS COISAS

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achimpa

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Tu tens direito

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O meu avô

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"um, dois, três, conta lá outra vez"

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Minhamãe

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Tous les chats

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A Locomotiva

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ERA UMA VEZ UM CÃO

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Do outro lado do mundo

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Apresento-vos KLIMT

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O amor e a amizade

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A História de Van Gogh. O rapaz dos girassois

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Eu sei tudo sobre as mamãs

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o Livro da Avó

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As partidas do Sebastião

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Papá, diz-me porque não andam as Zebras de patins?

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O Meu e o Teu

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Zé Pimpão, o «Acelera»

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As Férias do Pai Natal

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De Que Cor É o Desejo?

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Músicos contados aos jovens

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O Livro da Avó

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