Tudo o que um lápis pode conter

Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado.
Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!



sexta-feira, 28 de maio de 2010

Do!




Do!, publicação vencedora do Bologna Ragazzi Award 2010 na categoria de novos horizontes, deve a sua singularidade à opção cromática adoptada, branco sobre ocre, em associação com o seu (quase) infinito potencial narrativo. Este livro foi produzido manualmente pelo uso do processo serigráfico de impressão a branco sobre papel kraft reciclado, recriando, por via da cor, uma arte rural tradicional da comunidade Warli da Índia ocidental. Originalmente, em dias festivos, as paredes das casas desta comunidade eram cobertas com lama e decoradas com tinta branca, gravando momentos especiais da aldeia ou apenas cenas da vida quotidiana. Os desenhos desta tribo têm como base de construção figuras simples, como o triângulo ou o círculo, a partir dos quais tudo se representa de forma dinâmica e em constante movimento. Em Do! encontramos páginas repletas destes desenhos acompanhados por uma única palavra, um verbo (ou dois), por página dupla, que simulam os afazeres característicos de uma vida rural em comunidade. A utilização desta abordagem visual, que se assemelha a uma escrita pictográfica, oferece-nos, muitas vezes, páginas que em tudo se parecem com complexas e precisas rendas providas de uma beleza refinada, apresentando uma narrativa copiosa em detalhes que clama ser saboreada em profundidade. Com este livro (como refere o texto da contracapa), e de forma bem divertida, a criança pode aprender os verbos, descobrir as histórias que cada página encerra, falar e aprender sobre a vida na aldeia, assim como brincar desenhando, numa tentativa de replicar o estilo Warli, agora contando as suas próprias histórias.



Gabriela Sotto Mayor para a Casa da Leitura.
16 Maio 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Incentivo de leitura para os pais

O desenho Infantil

• Este livro faz uma exposição crítica dos métodos utilizados na análise do grafismo, esforçando-se para indicar as perspectivas às quais devem ser restituídos os desenhos das crianças, se se quer que sejam, não reduzidos à categoria adultas, mas abordados em seu carácter diferencial e irredutível.



 

• Editora: Cultrix

• Autor: FLORENCE MEREDIEU

• Ano: 2001

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pra quem mora lá, o céu é lá - OSGEMEOS



Nascidos em 1974, Os irmãos brasileiros Gustavo e Otávio Pandolfo conhecidos como Os Gémeos, como é conhecida a dupla de criadores, começaram a grafitar no bairro do Cambuci, em São Paulo, no final dos anos 80. Pela rua, pelos muros, pelo movimento do hip-hop. Hoje, os seus desenhos são bem conhecidos e existem não apenas na rua mas também em espaços expositivos.
Os Gemeos, estão envolvidos na criação dum mundo fantástico, cheio de histórias quotidianas em forma de poesia. A pintura feita nas ruas e as criações feitas para obras e instalações em galerias e museus partem da mesma inspiração onírica que existe dentro da mente destes gémeos, cuja obra é agora apresentada pela primeira vez em Portugal.

No Museu Colecção Berardo, mostram, além de uma selecção de obras conhecidas, trabalhos inéditos produzidos propositadamente para este espaço lisboeta.

Obrigatória a visita deste espaço cheio de criatividade!!! Delicioso. Recomendo.

A exposição Os Gemeos - Pra quem mora lá, o céu é lá, iniciou-se hoje dia 17 de Maio, no Museu Colecção Berardo e está patente até 19 de Setembro.
Museu Colecção Berardo - Praça do Império
Lisboa
Aberto todos os dias das 10h às 19h (última entrada às 18h30)
Sábados das 10h às 22h (última entrada às 21h30)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

"A escola não serve para repetir o óbvio"

Um excelente artigo!!
A arte na escola, não posso deixar de compartilhar esta entrevista feita a alguém como a Suzana Ralha!! Nada posso acrescentar a não ser que partilho das suas ideias e como é importante a arte na educação.
Gosto especialmente do sentido da partilha entre profissionais: "Não temos de dizer todos a mesma coisa, temos é de ter a certeza que pensamos antes de dizer - coisa que não é assim tão frequente." Uma lição a reter!!
EC

Suzana Ralha, uma das fundadoras da Escola dos Gambozinos, afirma que se fala imenso em educação em Portugal, como se o ensino fosse uma "grande empresa".
"A arte é uma ferramenta do indivíduo e da sua comunidade". Suzana Ralha, da Direcção da Escola dos Gambozinos e uma das fundadoras da instituição, com quatro casas na Rua de Francos, no Porto, refere que a educação pela arte significa uma aprendizagem muito mais abrangente porque "não moraliza, não conceptualiza". A escola que dirige acolhe crianças dos 3 anos ao 5.º ano de escolaridade, mais alunos interessados em aprender música.
Na sua opinião, há assuntos importantes na área educativa que não são abordados convenientemente. Como a função da escola, por que razão se definiu a escolaridade obrigatória, porque é importante a alfabetização. Segundo Suzana Ralha, professora de Música, as atenções centram-se mais na "engenharia do ensino", nos horários. Discute-se mais como se faz e não tanto o que se faz.

Na escola que conduz, privilegia-se o contacto com a arte, a interligação entre as diferentes disciplinas. Os professores têm uma reunião semanal para trocarem experiências e opiniões. "A interligação íntima das actividades, da forma como cada professor se exprime, não existe", sublinha. Gostava de ter uma experiência educativa a tempo inteiro e, nesse sentido, alimenta a vontade de abrir uma escola para órfãos.

EDUCARE.PT: Educar pela arte. Portugal já acordou para as potencialidades deste tipo de ensino?



Suzana Ralha: Já acordou para esse tipo de ensino. Para as suas potencialidades, tal como eu as encaro, penso que não.

E: O que falta?



SR: Quando o trabalho dos "Gambozinos" iniciou, só um determinado tipo de famílias entendia a arte como um ingrediente fundamental da educação das crianças. Felizmente, essa situação está completamente alterada. Hoje a maioria das crianças faz música, dança, teatro - inclusive as escolas têm essas actividades inscritas nos seus currículos com regularidade.
A música é uma actividade que tem dois aspectos: a componente educativa, fundamental na educação de uma criança, e a possibilidade de uma via profissional. Existem, com mais frequência, dois tipos de instituições. As que trabalham numa perspectiva profissionalizante desde que as crianças são pequenas, em alguns casos com conteúdos discutíveis que são ministrados aos miúdos, quase uma "infatibilização" do que é suposto fazerem mais tarde. Ou então fazem-se coisas que tenham um objectivo muito recreativo, em que o importante é que os miúdos se sintam bem, que gostem, mas não há uma definição de um percurso e de uma capacidade de avaliação sob um ponto de vista formativo. Em meu entender, uma coisa não deve ser incompatível com a outra.
Os "Gambozinos" não existem para formar músicos, mas muitos músicos foram formados nesta escola. O trabalhar música na infância permite um contacto com os outros e consigo próprio numa base que não é moral, onde não existem as hierarquias de papéis com que as crianças convivem na sua vida. Todas as crianças sabem, na escola, que os meninos são todos iguais, mas que há meninos com mais e menos possibilidades, mais e menos espertos, com mais ou menos dificuldades. E a música permite colocar em valor qualquer pessoa. A arte tem essa possibilidade, de ultrapassar a matriz que cada pessoa ou cada criança leva. E isso é um percurso educativo. Quem sou eu no meio dos outros. Quem são os outros que me rodeiam. O que é fundamental em termos de um sentido de uma comunidade, no sentido de um país. Mas esse trabalho só é válido se for exigente, do ponto de vista técnico. Isto não é incompatível com a escolha da música como uma actividade profissionalizante, que acontece mais tarde.

E: O contacto com a arte, por si só, desde tenra idade poderá ser determinante na formação da criança, da pessoa.



SR: Vivemos num período extraordinariamente consumista. As pessoas consomem muito mais arte do que consumiam. Penso que é preferível consumirem arte a outras coisas que também se consomem hoje em dia. Mas, por si só, não é suficiente. A arte não existe para ser um entretenimento, um bem de consumo. É muito mais do que isso.

E: É essa a filosofia da Escola dos Gambozinos?



SR: Claro. A arte é uma ferramenta do indivíduo e da sua comunidade. Quando usufruímos de uma obra, estamos a apanhar uma quantidade de sinais expressivos, emocionais, mas objectivos, históricos, da relação do criador com o seu tempo. A arte é sempre estética, ética e política. Quando esvaziada desses conteúdos, fica empobrecida.

E: Os Gambozinos não fazem uma selecção artística à entrada das crianças na escola...



SR: Pelo contrário. Todas as pessoas têm a capacidade de fazer música. Se calhar, nem todas têm capacidade para serem músicos. Mas isso, do nosso ponto de vista, é uma coisa relativamente natural. Se a música não é uma linguagem fácil, do ponto de vista técnico e de afluência, é natural que a pessoa que praticou música desde pequena não opte por essa área quando chega aos 11 ou 12 anos. Não fazemos nenhuma selecção porque todas as crianças têm a aprender de si e dos outros. Cantar em conjunto, ouvir os outros cantarem, aprenderem o seu silêncio para que os outros façam música, o silêncio dos outros para quando fazem música. Há uma quantidade de competências que têm a ver com a educação de um povo e que a música trabalha de uma forma extraordinária. A concentração, a disciplina da actividade, o sentido do esforço.

E: Esta educação pela arte poderá ser limitativa, ou seja, fechada num meio artístico? Ou, pelo contrário, significa uma aprendizagem mais abrangente?



SR: Muito mais abrangente exactamente porque não moraliza, não conceptualiza. O lema dos "Gambozinos" é "tantas maneiras de ver e viver", mas este é o lema da arte. Se fizermos um paralelo com a ciência, a ciência estuda a diferença, a arte alimenta-se dela. Estas coisas não fazem sentido em círculo fechado. Ninguém vive em círculo fechado por mais atomizado que esteja e blindado que seja o seu condomínio fechado. As pessoas não estão sozinhas.

E: A vossa escola aposta numa interligação entre as diferentes disciplinas, uma relação que, por vezes, falha no ensino regular, nomeadamente no 1.º ciclo...



SR: Pela experiência que temos e pelo contacto com o 1.º ciclo, entendemos que para se fazer essa interligação é preciso que as equipas dos professores trabalhem muito em conjunto. Hoje em dia, há muito a tendência de se trabalhar na engenharia do ensino: programação, horários. E esquece-se a narrativa. Quais são as ideias mestras, porque existe uma escola, qual a sua função. Essa sintonia e conflito têm de existir regularmente para que cada professor, na sua área de trabalho, possa introduzir um ingrediente aos miúdos.
O que me parece é que cada professor dá a sua aula e depois fazem-se festas em que juntam os retalhos. O que leva a que tanta gente esteja todos os dias no mesmo sítio, durante o mesmo número de horas, sejam alunos, funcionários, professores? Qual a função da escola? Por que se tem de ir para escola? Porque tem de haver professores? Porque é que a escola é importante? Sabemos que a escola é obrigatória, mas é só por que é obrigatória ou porque é importante? Se fizermos estas perguntas a todos os professores de uma escola, as respostas são extraordinariamente discrepantes. E estas questões não entram muito nos discursos oficiais sobre a educação. O que ouvimos falar é sobre as engenharias, como se faz, mas bastante menos do que se faz. A interligação íntima das actividades, da forma como cada professor se exprime, não existe.



E: Os "Gambozinos" têm professores diferentes? Docentes que tenham essa noção do trabalho em conjunto?



SR: Temos, no nosso próprio funcionamento, essa prática. Trocamos de alunos muitas vezes. Mesmo um professor que acaba de chegar, pelo tipo de organização interna que temos, começa a adquirir essa prática. É uma coisa que não acaba até porque estamos, muitas vezes, em desacordo e valorizamos aspectos diferentes em cada momento do trabalho das crianças. Temos uma reunião de trabalho semanal intensa, temos alguns dias por ano sem crianças para discutirmos entre nós. Assistimos às aulas uns dos outros. Portanto, metemos muito a mão na massa do outro. Combinar temas não é suficiente. O que é preciso é que cada adulto vá carburando a sua postura com alguma racionalidade e profundidade. Não temos de dizer todos a mesma coisa, temos é de ter a certeza que pensamos antes de dizer - coisa que não é assim tão frequente.

E: O ensino pela arte tem sido uma vertente esquecida no discurso político?



SR: Fala-se imenso em educação, mas como se a educação fosse uma grande empresa. Aumentou-se a escolaridade obrigatória. Óptimo. Porquê? Qual o objectivo, que tipo de escola, que função tem uma escola para crianças, porque é importante a alfabetização? Há questões que, na minha opinião, nem sequer são discutidas. Hoje temos as novas tecnologias que criam conflitos brutais, ou seja, o tipo de memória das crianças e o tipo de ritmo de aprendizagem têm vindo a alterar-se muitíssimo. A memória, para muitas crianças, é uma espécie de disco externo. Criam-se plataformas para que os pais, os meninos e os professores tenham acesso a saber o que naquela hora e minuto se está a dizer. A educação é muito mais do que isso e as escolas não servem só para ministrar conhecimentos. O discurso político sobre a educação é um discurso da operacionalidade de uma coisa que, em boa verdade, ninguém discute.

E: Não há computadores na Escola dos Gambozinos?



SR: Temos um que já é um pouco velho. Não sentimos francamente necessidade. Não temos nada contra os computadores, apesar de termos a consciência de que todas as novas tecnologias geram vencidos e vencedores. Por exemplo, não é verdade que todas as crianças têm computador. Por outro lado, qualquer criança aprende naturalmente a utilizar um computador, não precisa de um professor, sob o ponto de vista da programação. É uma ferramenta fácil para as crianças.

E: Que as crianças podem aprender mais tarde?



SR: Podem aprender de qualquer outra maneira. A escola não serve para dizer o óbvio. A escola não serve para dizer o que já lá está, mas para acrescentar alguma coisa.

E: Gostam de manter a vossa independência, não aceitam subsídios.



SR: Começámos no pós-25 de Abril. Portugal tem sido um país completamente diferente nestes trinta e tal anos. E a liberdade é uma coisa cara. Colaboramos muitíssimo com os serviços públicos, com câmaras, juntas de freguesias, bibliotecas, mas queremos poder sempre ter margem de manobra para dizer se uma coisa faz sentido, se é ou não um bom momento. Temos a noção de que não faz sentido viabilizar uma coisa à custa de apoios de sistemas que, muitas vezes, contestamos. E, sob o ponto de vista educativo, nós contestamos o sistema.
In: http://www.educare.pt/

sábado, 8 de maio de 2010

Para reflexão: texto de E. Bucklev “O Garotinho”

Uma vez um garotinho foi para a escola. E a escola era bem grande. Mas quando o garotinho viu que podia ir para a sua sala caminhando directamente da porta lá de fora, ele ficou feliz e a escola não parecia assim tão grande.
Uma manhã, quando o garotinho estava na escola, a professora disse: -"Hoje  vamos fazer um desenho!"
-"Boa!", pensou o garotinho.
Ele gostava de desenhar. Ele podia fazer todas as coisas! Leões e tigres, galinhas e vacas, comboios e barcos… E pegou na caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse: -"Esperem. Ainda não é para começar!"
E ela esperou até que todos estivessem prontos. "Agora", disse a professora, "Nós vamos desenhar flores".
Ele gostava de desenhar flores. E começou a fazer bonitas flores com lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:- "Esperem, eu mostro como se faz!" E era vermelha, com uma haste verde.
"Agora!" disse a professora, "Agora podem começar".
O garotinho olhou a flor da professora e olhou para a sua. Ele gostava mais da sua flor do que a da professora. Mas ele não disse nada. Ele apenas guardou a sua folha de papel e fez uma flor como a da professora. Era vermelha, com a haste verde.
Outro dia, quando o garotinho chegou à escola, a professora disse: "Hoje nós vamos trabalhar com barro!"
"Cobras e bonecos, elefantes e ratos, carros e camiões… E começou a puxar e amassar a bola de barro. Mas a professora disse: -"Esperem, ainda não é para começar."
E ela esperou até que todos estivessem prontos. -"Agora" disse a professora, "nós vamos fazer um prato."
-"Boa", pensou o garotinho.
Ele gostava de fazer pratos. E começou a fazer alguns, de diferentes tamanhos e formas. Mas a professora disse:- "Esperem, eu mostro como se faz um prato." - "Agora", disse a professora, "agora podem começar".
O garotinho olhou para o prato da professora. Então, olhou para o seu. Ele gostava mais do seu do que o da professora. Mas não disse nada. Ele apenas amassou o barro numa grande bola. E fez um prato como a da professora, que era um prato fundo.
Logo o garotinho aprendeu a esperar e a observar. E a fazer coisas como a professora. Logo, não fazia as coisas por si mesmo.
Então aconteceu que o garotinho e sua família mudaram para outra casa, numa outra cidade. E o garotinho teve que ir para outra escola. Essa escola era ainda maior do que a primeira. E não havia porta directa para a sua sala. Ele tinha que subir alguns degraus e seguir por um corredor comprido para chegar à sua sala.
E, justamente no primeiro dia, a professora disse: -"Hoje nós vamos fazer um desenho".
-"Boa", pensou o garotinho.
E esperou pela professora para dizer-lhe o que fazer. Mas ela não disse nada, apenas andou pela sala. Quando se aproximou do garotinho, ela disse: -"Não queres desenhar?"
-"Sim", disse o garotinho. "Mas o que é que eu vou fazer?"
"Eu não sei até que o faças", disse a professora.
-"Como faço?", perguntou o garotinho.
-"Da maneira que quiseres!".
-"De qualquer cor", disse a professora. -"Se todos fizessem o mesmo desenho e usassem as mesmas cores, como eu poderia saber quem fez o quê e qual era qual!"
E o garotinho começou a fazer flores de todas as cores e gostou da sua nova escola mesmo que não tivesse uma porta directa para a rua!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O desenho é uma forma de linguagem

A expressão é inconsciente, expressa-se como necessidade. Significa só para o próprio a realização de expressões de sentimentos, livremente, de forma pessoal e sem outros interesses que não seja só a satisfação da necessidade de expressar-se.
É por si só, toda a manifestação de vida, é uma das manifestações mais naturais, mais vulgares e espontâneas no ser humano, a criança corre, pula, salta livremente e ao fazê-lo exprime o que tem dentro de si!
A criança desde que nasce expressa-se através do seu corpo, com sons e movimentos do corpo para comunicar algo, fome, dor ou para expressar os seus sentimentos: ansiedade, raiva, contentamento…
Falar de expressão não é referirmo-nos a uma disciplina à qual a criança deve estar submetida, é sim, ou deve ser, um espaço inerente à ordem natural, que seguindo-a, a criança encontra a liberdade perfeita. É também um processo social de forma que constitui um meio de comunicar com os outros.
Ao possibilitar espaço para a expressão é permitir à criança qualquer coisa de seu, expressando individualmente os seus sentimentos. Surgirá assim o que a criança não consegue transmitir através da linguagem verbal.
É educando deste modo que as crianças serão mais abertas, mais alegres, mais comunicativas, mais sensíveis, mais confiantes em si próprias e principalmente crianças felizes com uma inteligência saudável e com reflexão crítica.
Desde muito cedo que é importante estimular as capacidades da criança, por isso, a mãe instintivamente, quando surgem os primeiros sons, imita a criança, por sua vez esta vai emitir novo som e assim se inicia a comunicação. Tal como na linguagem oral, também ao nível gráfico essa estimulação é importante, e não só nesta área mas em tudo na vida. Assim, a criança será tanto criativa, quanto mais lhe proporcionarem momentos e experiências para que essa criatividade aconteça.
Um dos principais interesses da criança tende normalmente para os materiais plásticos. O desenho surge de uma experiência feita pela criança, em deslizar o lápis ou os dedos sobre uma superfície, num movimento em que a criança se expande. Inicialmente é a atracção do material, mais tarde o traço é motivo que atrai a criança, passando depois a exprimir o que pretende.
Quando a criança desenha, como em todas as actividades, expressa os seus sentimentos e os objectos desenhados têm valor afectivo, sendo assim uma forma de linguagem!
O desenho contribui para o desenvolvimento global da criança, para a construção da sua personalidade e do seu carácter.Deixemos então a criança desenhar livremente!
EC.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O livro dos medos

ANO : 2009 

TIPO DE PRÉMIO : Menção Especial



NOME DA ILUSTRADORA : Marta Madureira



AUTOR DO TEXTO : Adélia Carvalho



EDITORA : Editora Trampolim

O Júri realçou “…a grande intensidade plástica, a ludicidade da ilustração e o vocabulário gráfico rico, surpreendente e original.” Chamou ainda a atenção para a relação muito produtiva que a imagem estabelece com a palavra.



Marta Madureira

Licenciou-se em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde também fez o mestrado em Design de Imagem. É professora de desenho e ilustração no Instituto Politécnico do Cávado e Ave e trabalha ainda em design, ilustração e cinema de animação. Publicou vários livros para crianças e tem participado em diversas exposições colectivas.

Recebeu, entre outros, os seguintes prémios: Prémio de Ilustração Jovens Criadores 2002 – Coimbra (2001); Prémio Bienal de Atenas – Grécia (2003); Prémio de Vídeo/Animação Jovens Criadores 2004 – Silves (2004); Grande Prémio Corta – Festival Internacional de Curtas-Metragens do Porto (2004); Prémio Bienal de Nápoles – Itália (2005); Prémio Engenheiro António de Almeida – Fundação Engenheiro António de Almeida (2007). Pelo conjunto das ilustrações de Livro dos medos, com texto de Adélia Carvalho, recebeu uma menção especial do Prémio Nacional de Ilustração 2009.
Centro de Documentação de Autores Portugueses
11/2009
«A estreia de Adélia Carvalho no mundo da escrita para a infância dá-se na companhia de Marta Madureira, com Livro dos Medos. Esta publicação aborda a questão do medo que as crianças pequenas sentem por dormirem sozinhas, uma vez que só nesta situação de aparente desprotecção é que recebem a visita das «coisas estrábicas», umas criaturas assustadoras que «conseguem passar pelas paredes e pelas janelas». A escritora mostra um conhecimento alargado do público-alvo a que se dirige, em particular pelos jogos de palavras utilizados na descrição exaustiva e humorística dos muitos medos personificados que povoam o sono dos mais pequenos. O carácter não ameaçador daquelas criaturas, que o texto deixa transparecer, é confirmado pelas ilustrações que, com recurso a uma técnica mista, com ênfase no recorte e colagem de elementos visuais de diferentes proveniências e na gestualidade do traço aparentemente despreocupado, reforçam a sua desmistificação, ajudando a criança a vencer, a ultrapassar os seus medos.»



Resta-me dar os parábens e enviar um grande beijo à Adélia!!
EC

domingo, 2 de maio de 2010

Livro: "Eu sei tudo sobre as mãmãs"

Eu que não resisto a livros e em especial aos livros infantis, devia ser proibida de entrar em livrarias. Tenho que confessar, tenho uma fraqueza, quase compulsiva, pelas sua ilustrações e palavras que derretem...
Foi o que me aconteceu com este livro "Eu sei tudo sobre as mamãs". Porque os adultos acham que sabem tudo mas na realidade não sabem nada, precisam que as crianças expliquem!!!  Falam do que não conhecem...e não há nada melhor que uma Mãe vista pelos olhos de um filho! É o que nos conta esta história em sintonia com as ilustrações que completam o discurso ou o "substitue"...Delicioso!!
Nada melhor para o dia da Mãe!! Aqui fica
EC

Leituras

Leituras
Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o que o "meu lápis pode conter". EC

O Rei Inchado

O Rei Inchado
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Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos

Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos
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Gigante Gigantão

Gigante Gigantão
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O pato amarelo e o gato riscado

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CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS

CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS
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A ferramenta que faz os contos

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O caderno do avô Heinrich

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PEQUENO LIVRO DAS COISAS

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achimpa

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Tu tens direito

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O meu avô

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"um, dois, três, conta lá outra vez"

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Minhamãe

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Tous les chats

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A Locomotiva

A Locomotiva
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ERA UMA VEZ UM CÃO

ERA UMA VEZ UM  CÃO
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Do outro lado do mundo

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Apresento-vos KLIMT

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O amor e a amizade

O amor e a amizade
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A História de Van Gogh. O rapaz dos girassois

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Eu sei tudo sobre as mamãs

Eu sei tudo sobre as mamãs
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o Livro da Avó

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As partidas do Sebastião

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Papá, diz-me porque não andam as Zebras de patins?

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O Meu e o Teu

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Zé Pimpão, o «Acelera»

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As Férias do Pai Natal

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De Que Cor É o Desejo?

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Músicos contados aos jovens

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O Livro da Avó

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