Tudo o que um lápis pode conter

Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado.
Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!



terça-feira, 15 de julho de 2014

A Intuição Leitora, A Intenção Narrativa


A Intuição Leitora, A Intenção Narrativa
Rodolfo Castro. Editora: Gatafunho (2012)

Ouvir um conto será um momento de relação profunda” (pág. 55).
Entre o narrador deste livro e o leitor existe a comunhão de uma relação. Ou seja, a unidade formada no contexto da significação do momento de contacto. O facto de que no prazer da leitura reside um saber, que ultrapassa a intuição. Nela se insere a sensibilidade, a emoção, um jogo.
Livro composto por duas partes, a primeira enquanto leitor (a de um leitor prazeiroso não imbuído de parâmetros) e a segunda enquanto narrador.
Da leitura, pode-se dizer que, é mais que ler livros. É uma atitude perante o mundo, de uma apropriação de códigos e símbolos da linguagem escrita. É podermos perder-nos na leitura ou no sentido para o qual ela remete, apenas porque se viaja nela ou nos sons das palavras que dela ecoam. O aroma dos livros, independente dos conteúdos, viajando dentro de nós próprios. É o acesso ao que ela nos permite, captar mensagens com significado para o próprio, inventando, descobrindo, recordando. 
A cumplicidade da leitura para que se aceite, ou seja, acredite, como que impregnados pelo texto, se entre nele com corpo inteiro, onde habitam as emoções. Linguagem, memória, imaginação e pensamento, acesso à compreensão de um corpo com reconhecimento de experiências significativas. Em síntese “Desejar a leitura como um  copo de água no meio do deserto... (pág. 67), transformando-a “numa hábil tecedora das nossas emoções” (pág. 89).
Da narração oral, espaço comparado a “areias movediças”, o autor remete para o esforço de preparar o texto, entrar nele, interrogar valores, interesses, enunciando desejos e conflitos humanos, situações comuns a qualquer indivíduo, independentemente da idade.  Aceder pelos contos à vida, dentro e fora de nós próprios. Interiorizando cada personagem, cada cena, cada contexto. Resgatando o essencial, encontrando o significado de ler, de narrar, e desta mútua relação deixar-se surpreender e emocionar, contagiando! Sobretudo de como o próprio autor refere, quase de intuição se trata. Tal, como a de viver!


Elvira Cristina Silva

in: Newsletter nº 74 pág 6 - ( julho 2014 - 1.ª quinzena) Pró-Inclusão 



sexta-feira, 4 de julho de 2014

achimpa

achimpa, Catarina Sobral, Orfeu Mini (2012)

Depois do seu primeiro livro, “Greve”, editado em 2011, também pela Orfeu Mini, Catarina Sobral achimpa-nos com um novo livro.
Conto moderno de autor, de texto curto mas eficaz na dualidade com as ilustrações, acessível e rico nos significados. Ambos os códigos (texto e ilustração) coexistem numa relação dual, sendo que a ilustração alarga o significado do texto, abrindo uma porta acessível de conhecimento ao leitor e em particular ao público alvo a que se destina, mas que vai mais além nas referências visuais com que presenteia o adulto mais atento.
Como já facilmente devem ter percebido, pelo título, de palavra pouco usual, o tema central gira em redor da busca incessante do significado dessa palavra desconhecida que um investigador encontra num velho dicionário.
Num matrimónio feliz, de texto e imagem, a autora/ilustradora, coloca a curiosidade inata dos seres humanos numa estrutura de cadência humorística em que se desenrola a história.
Página após página, vão sendo desvendados os vários significados colocando trocadilhos linguísticos que surgem através de uma sucessão de personagens como é o caso da Dona Zulmira com os 137 anos de sabedoria a muitos outros intervenientes eruditos. Sucedendo-se paralelamente as opiniões e palpites na busca do significado da palavra e do seu lugar na gramática.
Álbum ilustrado de coerência gráfica, desde as fronteiras do livro (capa, guardas, quase um pré genérico de introdução ao tema), até à contra capa onde biblioteca e bibliotecária funcionam como estratégias visuais completando a circularidade da estória, referências a livrarias conhecidas,  alfarrabistas, ou locais bem  familiares nada é esquecido ou deixado ao caso num mundo das palavras e dos livros onde elas se inserem, num cenário visual retratado a lápis de cera. O desafio à novidade ....
Achimpemos pois!  Ao que parece sempre se achimpou e achimpar-se-á enquanto houver gente no mundo. Gente que achimpa, claro está, até porque existe um perlinço a passear por aí em busca de ser descoberto. Confusos? Ora essa, recomendo então, para que fiquem esclarecidos, deverão ler este livro achimpadamente.



Elvira Cristina Silva

Leituras

Leituras
Os livros que se seguem apresentam as minhas opiniões sobre os mesmos. Exclusivamente o que o "meu lápis pode conter". EC

O Rei Inchado

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Todos os escritores do mundo têm a cabeça cheia de piolhos

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Gigante Gigantão

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O pato amarelo e o gato riscado

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CINCO PAIS NATAIS E TUDO O MAIS

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A ferramenta que faz os contos

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O caderno do avô Heinrich

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PEQUENO LIVRO DAS COISAS

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achimpa

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Tu tens direito

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O meu avô

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"um, dois, três, conta lá outra vez"

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Minhamãe

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Tous les chats

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A Locomotiva

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ERA UMA VEZ UM CÃO

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Do outro lado do mundo

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Apresento-vos KLIMT

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O amor e a amizade

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A História de Van Gogh. O rapaz dos girassois

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Eu sei tudo sobre as mamãs

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o Livro da Avó

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As partidas do Sebastião

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Papá, diz-me porque não andam as Zebras de patins?

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O Meu e o Teu

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Zé Pimpão, o «Acelera»

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As Férias do Pai Natal

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De Que Cor É o Desejo?

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Músicos contados aos jovens

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O Livro da Avó

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