Tudo o que um lápis pode conter

Espaço de partilha sobre as actividades de Expressão como Actividades Globalizantes e Interdisciplinares fundamentais no desenvolvimento da criança. Teve por base a acção de formação que já partilhei ao longo de alguns anos, mas pretende-se ir mais além...Compreender a arte da criança, simplesmente respeitando-a, nesse acto individualizado de expressão
livre, que só a si lhe pertence e como tal deve ser respeitado.
Espaço ainda para a literatura infantil como mediador e receptor da expressão livre e espaço para a arte em geral!



domingo, 25 de maio de 2014

O Meu Avô”, Catarina Sobral, Orfeu Mini (2014)

Já aqui falei do livro "O meu avó" , acerca do seu lançamento.
Hoje partilho aqui a recensão sobre o mesmo publicado nos CEI nº 101, com capa, precisamente da ilustradora Catarina Sobral

O Meu Avô”, Catarina Sobral, Orfeu Mini (2014)
 
Depois dos anteriores livros “Greve” (2011) e “achimpa” (2012), ambos ricos de jogos visuais e linguísticos, também editados pela Orfeu Mini, Catarina Sobral contempla-nos com um novo livro: “O meu avô”.
Desta vez num formato gráfico diferente dos anteriores, para mãos mais pequenas, o que não invalida que mãos maiores lhe peguem e com ele se seduzam, quer através da narrativa dos afetos num deslumbramento estético de referências visuais, com que presenteia o adulto mais atento. O seu formato contrasta com a dimensão do valor afetivo que transporta. Em poucas palavras, num jogo de texto aparentemente singelo, reflete o muito sobre o conceito de tempo e o que dele fazemos. Num desafio de diferenças e semelhanças entre as rotinas de dois personagens (avô e Dr. Sebastião, que vivem no mesmo prédio) deambula o discurso narrativo. Vidas aparentemente opostas revelam-se na circularidade das páginas, no efeito cromático das cores. Alude-se sempre ao avô, mesmo quando as imagens nos mostram o Dr. Sebastião. Entre contradições e ironias, texto e ilustração ornada de movimento se esbatem as personalidades dos personagens.
Continuando as zelosas referências gráficas e linguísticas, Catarina Sobral entrega-nos um retrato de um avô narrado pelos olhos de um neto. A singularidade narrativa apela a referências artísticas de piscadelas de olho ternurentas a Jacques Tati, Fernando Pessoa, Almada Negreiros ou  Édouard Manet.     
(“o meu avô escreve ridículas cartas de amor…” “Faz vários piqueniques na relva, durante a semana…”)
Uma ode ao tempo e aos afetos, a singularidade narrativa numa dimensão imensurável. O contacto com este livro pode e deve causar efeitos secundários a nível de ternura, recomendo pois achimpadamente este livro.
De salientar que a autora/ilustradora Catarina Sobral foi premiada com  o livro “achimpa” como Melhor Livro Infanto-Juvenil pela Sociedade Portuguesa de Autores; Melhor Ilustração de Livro Infantil no Festival BD Amadora e Menção Especial no Prémio Nacional de Ilustração.
Sendo a única ilustradora de nacionalidade portuguesa selecionada, venceu o prémio internacional de ilustração na mostra internacional de ilustradores da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha de 2014, precisamente com cinco imagens desta última obra, “O meu Avô”.
Estamos obviamente honrados com este prémio e os CEI felizes por poder contar com as suas ilustrações neste número.

Elvira Cristina Silva

(Capa de Catarina Sobral)

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